quarta-feira, agosto 02, 2017

Duplicação da Ilhéus-Itabuna suspensa pelo Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas da União (TCU), decidiu suspender duplicação da Ilhéus-Itabuna apesar das declarações do governador Rui Costa de que está tudo bem encaminhado. Não está. A vistoria técnica do Tribunal de Contas da União encontrou diversos problemas, que podem resultar em sério aumento de custos depois de iniciada a obra, segundo o relator Luciano Brandão. A duplicação, que na verdade é uma nova estrada, do outro lado do Rio Cachoeira, teve vários de seus detalhes discutidos com o Governo do Estado mas, segundo o relator do tribunal, “não foi obtido qualquer esclarecimento consistente por parte da Seinfra/Ba e do Dnit/Ba”. O contrato, de R$ 105 milhões, feito com a OAS prevê o uso de tecnologias ultrapassadas, mais caras e não adequadas a uma obra deste porte. A preocupação do TCU é que, depois de iniciada a obra, a OAS poderia adotar as tecnologias certas e mais baratas, embolsando a diferença de custo.
Um exemplo é a previsão de uso de betoneiras individuais, de 400 e 750 litros, destas que você vê em qualquer construção. Elas são antieconômicas em obras de grande porte, que sempre usam uma central de concreto e caminhões betoneiras para levar até cada local. O truque é calcular o custo do concreto usando betoneiras e depois adotar a central, reduzindo o custo sem devolver o dinheiro. O mesmo acontece com a previsão de usar em todo local as fundações do tipo “tubulões a ar comprimido”, caros e necessários só em locais com muita água. No projeto ele está previsto não só para os vãos de ponte como para viadutos e para cabeceiras, onde não há presença de água. O correto, diz o TCU, seria usar nestes locais estacas metálicas e sapatas rasas, mais baratas e adequadas. O TCU também aponta um aumento desnecessário de custos com a compra de toda a areaia e brita da obra. “Não foram examinadas todas as áreas para fins de exploração de jazidas de areia e brita pela empresa vencedora do certame”. E existem várias na área do projeto. No caso da brita “deverá ser analisada, inclusive, a possibilidade de aproveitamento de material de 3ª categoria, presente em vários pontos do traçado da própria rodovia”. O TCU também aponta o uso de formas plastificadas, mais caras, no lugar das metálicas e de pre-moldados. Para liberar a obra, o TCU quer que a Seinfra e o Dnit façam um novo orçamento, prevendo as tecnologias elencadas como mais adequadas e eficientes. Também quer que seja definido quem pagará pelas desapropriações, o que não ficou claro no projeto. (A Região)

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