Com 3 comunicadores mortos, Abraji e ABI cobram segurança
Os casos de violência contra profissionais da imprensa não podem ficar impunes. É isso que a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ressaltam em cobrança para medidas de segurança. As entidades falaram sobre o tema após a morte do radialista Gleydson Carvalho. Em comunicado, a Abraji lamentou o assassinato de mais um profissionais da comunicação e alertou para o número crescente de casos semelhantes. "É crucial que autoridades competentes em diferentes níveis e esferas de poder priorizem a segurança da imprensa no país. No mínimo, garantam que casos como esses não fiquem impunes. Um assassinato provocado pelo que a vítima diz ou escreve é um ataque à liberdade de expressão e ao direito à informação de toda a sociedade". A ABI escreveu carta ao governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pedindo atenção aos casos para que o episódio não prevaleça. "Carvalho, agora, faz parte de uma lamentável estatística que contabiliza, só neste ano, três mortes de comunicadores e quase uma centena de agressões (...) Entendemos que o episódio como o ocorrido em Camocim vitima não só o profissional como também a democracia brasileira".
Gleydson Carvalho foi morto a tiros na última semana na rádio Liberdade FM, localizada em Camocim, interior cearense. De acordo com informações do Comando de Policiamento do Interior (CPI), ele estava apresentando o programa ‘Liberdade em Revista’, quando dois homens invadiram o estúdio e efetuaram os disparos. O radialista foi atingido com um tiro na cabeça e outros dois no peito. Ele chegou a ser encaminhado ao Hospital Deputado Murilo Aguiar, mas não resistiu. No momento do crime, a transmissão contava com programação musical, mas o radialista era conhecido por fazer denúncias contra políticos da região. Evany José Metzker foi encontrado em estado de decomposição em uma estrada de Padre Paraíso, interior mineiro, em maio. Ele estava desaparecido e foi encontrado decapitado e com as mãos amarradas com uma corda. Segundo as informações, ele mantinha o site Coruja do Vale, em que denunciava crimes e irregularidades em prefeituras da região do Vale do Jequitinhonha. Ele teria investigado e noticiado a ação de uma quadrilha de prostituição de adolescentes em Catuji (MG). Djalma Santos da Conceição foi morto no mesmo mês. Ele era apresentador do programa 'Acorda, Cidade', na rádio comunitária RCA FM 87,9 de Conceição Faria, região chamada de Recôncavo Baiano. O corpo foi encontrado no povoado de Timbó, zona rural do município. As investigações mostram que o profissional foi torturado e executado com 15 tiros depois de ter sido sequestrado por três homens encapuzados. A família de radialista contou que ele recebia ameaça constantemente. (Comunique-se)
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