domingo, julho 14, 2013

Brasil quer saber se EUA espionaram Forças Armadas

A revelação de que milhões de conversas por telefone e e-mail no Brasil foram alvo de monitoramento da NSA levou as Forças Armadas brasileiras a analisar se dados de interesse militar podem ter sido atingidos. O acesso a comunicações diplomáticas também está sendo investigado, relata José Casado. Na última década, o Brasil deixou de fazer investimentos que permitiriam desenvolver satélites próprios, mantendo a dependência dos EUA para captar imagens do território nacional, informa Roberto Maltchik. Os documentos da NSA, aos quais O GLOBO teve acesso, foram copiados por Edward Snowden, ex-colaborador da agência. Eles mostram o Brasil como um dos países mais espionados, durante a última década, ao lado de China, Rússia, Índia, Paquistão e Irã. Provam, também, que até 2002 funcionou em Brasília uma das 16 estações de espionagem nas quais agentes da NSA trabalharam com equipes da CIA (Agência Central de Inteligência). Não se sabe se as atividades em Brasília continuaram. O embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, confirmou ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, no entanto, o prosseguimento da "coleta de metadados" (números discados, troncos e ramais telefônicos usados, duração, data hora, localização, endereços eletrônicos de remetentes e de destinatários de mensagens, assim como sites visitados). O embaixador ressalvou, segundo o ministro, que isso acontece "fora do território brasileiro". Por essa versão oficial da diplomacia americana, a filtragem de dados estaria ocorrendo nos chamados Pontos de Troca de Tráfego. Ou seja, nas conexões de redes de dados nacionais com as supervias da internet, que facilitam a interligação entre usuários nos cinco continentes, de forma direta e em frações de segundos.

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