O governo cedeu às pressões do mercado financeiro e decidiu ontem à noite zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das operações com dólar no mercado de derivativos. Pagava-se até agora 1% sobre essas operações. A ideia é aumentar a oferta de dólares e segurar as cotações da moeda, que ontem ultrapassou R$ 2,15 pela primeira vez em quatro anos, mesmo depois de o governo ter tirado o IOF de 6% sobre as operações de renda fixa. A decisão de zerar o imposto também para os derivativos vinha sendo postergada – defendia-se a importância do imposto no controle de capitais – mas a divulgação do fluxo cambial dos primeiros cinco dias úteis de junho, somado a mais um dia de nervosismo nos mercados, venceram argumentos contra. Apesar do saldo na conta do fluxo financeiro ter ficado positivo em US$ 1,27 bilhão, a movimentação está muito superior à média diária dos últimos meses. Segundo dados do Banco Central, pelo câmbio financeiro saíram US$ 14,216 bilhões e entraram US$ 15,486 bilhões. A média diária de saídas em maio havia sido de US$ 1,773 bilhão, e de US$ 1,787 em abril; nos primeiros cinco dias deste mês, a média foi de US$2,843 bilhões.
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