sábado, março 02, 2013

Direitos Humanos: Polêmica à vista na Câmara

A possibilidade de o deputado e pastor evangélico Marco Feliciano, do Partido Social Cristão (PSC) de São Paulo, vir a presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara provocou reação de parlamentares de outras legendas e com tradição de atuação nessa área. Conhecido por suas posições radicais e conservadoras em relação a homossexuais, negros e a qualquer prática de aborto, Feliciano é um dos favoritos no PSC para assumir a comissão, o que será decidido na próxima terça-feira. O deputado fala abertamente que, se vier a comandar a comissão, pretende quebrar a hegemonia da comunidade LGBT. - Dentro da comissão só vejo a comunidade LGBT. Só se fala disso ali. Há um privilégio indevido para esse grupo. Se tiver a felicidade de ser presidente, vou cuidar da pauta da família. Sei o que é certo e errado. Agora, o pessoal que se acha dono da comissão não me quer lá. Que mistério é esse? O que não querem que eu descubra lá? - disse Marco Feliciano. Um dos fundadores dessa comissão, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG), ex-ministro dos Direitos Humanos, diz que qualquer partido pode presidi-la, mas não qualquer um. Sem citar o nome de Feliciano, Nilmário diz que alguém com o perfil do deputado não deve estar à frente da comissão. - Qualquer partido pode assumir a comissão, que é suprapartidária, vinculada aos preceitos da Constituição e da Declaração Universal. Não pode ter preconceito contra ninguém, nem deve. Agora, não pode ser uma pessoa que não comunga com os valores dos direitos humanos, que tenha preconceitos e discriminação. Esta comissão funciona há 20 anos como um espaço dos movimentos sociais e das minorias. Não se pode cortar isso - disse Nilmário Miranda.

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